
Poeta desde os quinze anos, publiquei o primeiro livro, Ponto Final, aos sessenta e cinco. Fiz de tudo na vida. Poeta, gestor e vinhateiro. Tudo isso vivido a tempo inteiro. Mas nunca deixei de escrever. Muitos poemas nasceram na partilha de momentos importantes ou simbólicos da vida da família e das comunidades a que fui pertencendo.
Revejo-me no que Isabel Bruma escreveu no Prefácio daquele primeiro livro:
“Num tempo em que a poesia procura desesperadamente a novidade, nem que seja à custa do hermetismo da palavra, da figura arrojada, do “non sens”, da violência do verbo, a poesia de Manuel Paulo é um rio de águas transparentes em que o leitor mais descuidado vê retratados os seus anseios, se depara com as suas angústias, percebe como é importante sonhar para se realizar como homem”.