
Excertos do prefácio de
“SACUDI O PÓ DOS PÉS…” de Manuel Paulo por Edvaldo Rosa
Subitamente neste “jardim de autómatos” que é nosso mundo, se afrouxaram as cordas, e o homem inventado, histórico, fica frente a frente consigo, homem in natura e sua luta incessante por “preservação” sobre esta terra.
Diante do panorama que se avizinha, quais serão os horizontes que se abrirão?
É neste cenário que recebi um chamado transatlântico, e nele um pedido, tecer comentários sobre o novo livro de Manuel Paulo, poeta Lusófono, que está no prelo; “ Sacudi o pó dos pés”, composto de um pouco mais de duas dezenas de poemas, nascido, urdido, entalhado durante as horas soturnas deste período de pandemia.
Convite este que em princípio me causa estranhamento, após encantamento, e por fim epifania!
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E neste processo de empoderamento do ser, Manuel Paulo, com suas letras claras e ágeis, cumpre muito bem o papel da arte; elevar a outros patamares a consciência de seus leitores acerca de si mesmos e de tudo o que os cerca.
“Sacudi o pó dos pés” é para mim tudo isso, respeito, amizade, fraternidade! É também um grito potente de esperança, esperança que não se baseia numa espera de que algo aconteça, mas sim na certeza de que a atitude individual somada a de outros ou de todos pode construir um futuro mais desejável, real e menos utópico!
Fica aqui o meu convite para que outros deitem olhos sobre este “Sacudi o pó dos pés”, e tirem por si mesmos as suas conclusões… É por isso que nestas linhas não desfio comentários poema a poema, como merecem, assim chamo a todos que me façam companhia na leitura desta obra…
Eu, daqui do Brasil, desejo Fortunas ao autor e à obra, certo que estou que este “Sacudi o pó dos pés” de Manuel Paulo apresenta-se pleno de Virtudes!
E no apagar das luzes desta apresentação, deixo aqui um alinhavo; Manuel Paulo nos diz:
“No ano que começa,
qual flor,
deixemos aos seguintes
como herança,a experiência do amor”
Eu do lado de cá do atlântico, diante desta fogueira enorme de medos e solidão, só posso deixar aqui registrado, Manuel Paulo, que no contorno das chamas destes dias encontrei o teu rosto, e isso me fez muito bem!
Edvaldo Rosa
Poeta e escritor de São Paulo – Brasil