Desde que recordo que sou, o sábado é o dia que eu escolhi para ser feliz. Sem regras, nas respeitos, nem preceitos, nem preconceitos, ao sábado sou tal qual eu. Recolho bem fechadas, a cadeado, numa arca que minha Mãe me deixou, as máscaras, os embustes, as lonjuras, as lérias, as patranhas. Cada minuto que passa em cada sábado incarno a flor que colhi, a estrela que olhei, o puto a quem sorri, o poeta que li, o irmão que afaguei. E em cada sábado, digo eu: Poeta é gente com gente que passa com gente que parte com gente que vem. Com gente, sem crer ou se crente, de lado ou de frente, sem gente poeta é ninguém.