E vai daí

Porque hoje é sábado, parei a pensar o que hoje pensei.
E vai daí fomos descendo
desse cume abençoado de mãos dadas…

De mãos dadas

O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente.
Mário Quintana

 

De passagem por terras do Gerês,
em dia paragem,
lá pelos vinte,
se bem me lembro,
não lembro como
nem quando, nem porquê,
– que o amor não reconhece pretexto nem contexto –
olhamo-nos nos olhos.
E foi de vez.

E vai daí
construímos um castelo
bem no topo da grande montanha
em terra mágica e fecunda
tendo só o Céu como limite.

E vai daí
fomos descendo desse cume abençoado
de mãos dadas,
quantas vezes serenos, sem desordem,
quantas outras sem norte, nem coragem,
quais nómadas perdidos no deserto
na busca insana da estrela polar.

E vai daí
seguimos o caminho
agarrando as nossas mãos a outras mãos,
que uma a uma, sempre que cruzadas,
nos foram ajudando a enfrentar
o declive da montanha
e chegar a este vale abençoado
mais ricos do que fomos
no cume de partida.

E vem daí.
Bem hajas
minha musa
meu amor.

 

 

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