No Dia Mundial da Poesia
olhei a tua face no livro digital.
Não basta circular pelas estradas digitais, isto é, simplesmente estar conectados; é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro… Precisamos de ternura… A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas.
Papa Francisco. Retirado da mensagem para a 48ª. Jornada das Comunicações Sociais Janeiro 2014.
A tua face no livro digital
Olhei-te a foto.
Reli tua mensagem.
O cheiro de ternura
que aspiro
no que escreves
reduz distâncias,
reforça desapegos.
A lonjura
e o que dizemos
nesta estrada digital
lembra as cartas de amor
escritas de Paris,
o selo colado,
a carta fechada lambida
com um beijo de ternura
apaixonado.
E vi quanto isto é belo.
E vi como isto é bom.
E a tua foto.
Ó como és bela!
E o cheiro de ternura
que aspiro
no que escreves,
impõem-me uma promessa:
converter cada companheiro de viagem
desta estrada digital
numa rede de pessoas iguais,
que se esquecem de si.
Para arrojar longe
esse dia vazio
em que a promessa esquecida
reduzirá a estrada digital
à tal rede de fios
sem gente
no meio da gente,
de palavras sem contexto
nem história,
vou conservar no peito
para o bem e para o mal
o teu cheiro de ternura.
Até final.
Quero olhar-te, sempre
e cheirar deliciado
a ternura no que escreves,
E reverei.
Quanto isso é belo.
Como isso é bom.