E vi como tudo é bom

Porque hoje é sábado,
parei a pensar o que hoje pensei.
E vi como tudo é bom.

E vi que tudo é bom

Por isso tudo que existe me parece bom, a morte e a vida, o pecado e a santidade, a sensatez e a loucura, tudo é necessário dessa maneira, tudo necessita apenas do meu acordo, da minha boa vontade, da minha afetuosa compreensão; assim, tudo é bom para mim, pode apenas encorajar-me, nunca me pode prejudicar.
Hermann Hesse em Siddhartha

Apontei-te
de dedo afiado
a culpa que tens.

Olhei-me
vaidoso e inchado
dos seres e vinténs.

Achei-me
na guerra dos mundos
do lado dos bons.

Julguei-me
profeta, juiz,
tabernáculo dos dons.

Até que enxerguei
lançarem ao mar
um ramo de rosas.

E foi bom.
E entendi.
E se entendi.

Que em ti como em mim,
na vida e na morte,
o louco e o sensato,
o santo e o torpe,
o forte e o frágil,
o culto e o simples,
o falso e o fecundo
são parte dum mundo
que é teu, que é meu.

Que com meu acordo
e minha vontade
e compreensão
tudo isso é bom.

E parto de novo
pro meio do mundo
na crença
que os bons e os maus
somos todos.

Mas todos emanamos
sementes de esperança
e de paz.

 

This entry was posted in Uncategorized. Bookmark the permalink.