Porque hoje é sábado
parei a pensar o que hoje pensei.
E apostei tudo o que tinha.
“6.Estando eles ali, completaram-se os dias dela.
7. E deu à luz seu filho primogénito e, envolvendo-o
em faixas, reclinou-o num presépio; porque não havia
lugar para eles na hospedaria.”
Lucas 2: 6-7
Marquei esta madrugada
encontro com a esperança.
Apostei tudo o que tinha
num sopro de criança.
Por ser Natal,
extirpei do eu que sou
o fútil e o supérfluo,
buscando o essencial.
E agora?
Neste final
sei o que sou?
Sei de onde venho?
Sei onde estou?
Sei aonde vou?
Olho-me em volta.
Olho-te de frente,
olhos nos olhos
e vejo-te criança
brincando com a criança
que ainda sou.
E esta madrugada,
tu mais eu
mais cada um daqueles
que escolheu juntar-se
a esta multidão
feita criança,
robusto ou frágil,
com mágoa ou alegria,
com ou sem lugar
na tal hospedaria,
vamos em festa,
quais meninos, renascer.
Que este Natal
é o primeiro e é o último.
Alfa e ómega desta aposta colossal.
Vem daí meu irmão.
Vamos marcar, de vez,
feitos criança,
o nosso encontro final
com a esperança.